quinta-feira, 9 de outubro de 2014

CotiDIAno

CotiDIAno
Ação de dois heróis evita tragédia no metrô de SP
EDUARDO SCOLESE
COORDENADOR DA AGÊNCIA FOLHA

Metrô de São Paulo, 9h50 desta quarta-feira (8). O trem para, de repente, entre as estações Santana e Carandiru. As luzes se apagam, e o ar-condicionado é desligado.
Um, dois, três minutos se passam, até que uma mulher bem vestida e com aparentes 40 anos de idade passa correndo pela chamada passarela de emergência, um corredor estreito que fica entre os trilhos e a grade de proteção –nesse trecho da linha azul do metrô, os trens circulam em um elevado, passando por cima de uma avenida que liga a zona norte ao centro da cidade.

Jaqueta marrom, botas pretas e bolsa e sacola plástica na mão, a mulher para de correr e se volta para a grade. Agora está sob o olhar dos passageiros do trem parado, onde está a reportagem da Folha, e de pedestres e motoristas, lá embaixo, na avenida.
Um desses pedestres é o mineiro Altamiro de Souza, 52, motorista desempregado e que caminhava pela avenida Cruzeiro do Sul.

"Eu vi que ela estava correndo lá em cima, e comecei a gritar pra voltar. Quando ela parou e olhou pra baixo, corri pro meio da avenida e parei o trânsito", afirma o motorista desempregado, natural de Teófilo Otoni.

"Não pula, não pula, Jesus te ama", gritava Souza.

A mulher, desorientada, desce da passarela e agora já anda em cima dos trilhos, devidamente desligados (ou desenergizados).

ENCOSTO
No vagão em que está a reportagem, uma senhora de aproximadamente 60 anos começa a chorar: "Meu Deus, o que será que está passando pela cabeça dessa mulher".
Um outro passageiro parece preocupado com o horário: "Esse tipo de encosto é que atrasa a nossa vida".

A mulher começa a correr de volta para a estação Carandiru assim que percebe a aproximação, pelos trilhos, de um grupo de seguranças a partir de Santana. Um deles é o paulistano José Beserra, 58, há pouco mais de três décadas nesse mesmo serviço no metrô.

De uniforme preto e debaixo do forte sol da manhã, ele enfim se aproxima. O temor é que ela se jogue lá de cima a qualquer momento. E, na cabeça dele, passa um filme de 15 anos atrás, quando atuava na antiga estação Ponte Pequena (hoje Armênia) e salvou uma mulher que acabara de se jogar no rio Tamanduateí.

A mulher, agora, já está do lado de fora da grade. Pode cair a qualquer momento. Fica lá poucos segundos, até voltar para uma área segura.

"Quando me aproximei da mulher, usei toda a minha experiência. Quando ela abaixou a cabeça [e voltou para uma área segura], dei o bote e a segurei", disse, emocionado e ainda bastante suado, enquanto era atendido pelo serviço médico do metrô por causa do ferimento na canela causado na hora do bote.

"Isso aqui [machucado] não é nada. Estou feliz, é uma vida salva."
Já com a canela enfaixada, ainda numa salinha da estação Carandiru, Beserra recebe um forte abraço do mineiro Souza, aquele que quase perdeu a voz para que a mulher não se jogasse no meio da avenida. 


Cotiano:
1. De todos os dias; diário:
2. Que se faz ou sucede todos os dias; diário:
3. Que aparece todos os dias; diário:
4. Que sucede ou se pratica habitualmente:
5. Aquilo que se faz ou ocorre todos os dias.
6. O que sucede ou se pratica habitualmente.

O significado dessa palavra me chamou atenção.. Temos que aprender a parar de olhar só para nosso! Caramba... Algumas coisas são para refletir mesmo sabe? Enfim... Vamos Refletir, Vamos nos importar mais!



Sei lá... Não achar que esses caras são Heróis, não é ter um pensamento voltado para a vida. O mais importante é ver que coisas lindas assim acontecem numa cidade tão corrida, que as vezes não dá “tempo” de ajudar as pessoas que estão bem ao nosso lado....

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